quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

NATAL SOLIDÁRIO

A Unidade de Referência Estadual (URE) Dr. Marcello Candia é a instituição no estado do Pará responsável em prestar assistência ambulatorial de média complexidade aos usuários do SUS acometidos por dermatoses de interesse sanitário, com ênfase no tratamento da hanseníase.

Fundada em 1991, através de Convênio firmado entre a Secretaria de Saúde do Estado do Pará e o Instituto Pobres Servos da Divina Providência (instituição de cunho religioso e filantrópico), a URE Marcello Candia possui um papel fundamental no tratamento da hanseníase.

Muitos dos pacientes atendidos se encontram em situação sócio-econômica crítica, por apresentarem incapacidade física ou deformidades devido a doença.

Assim, todos os anos, a URE Dr. Marcello Candia, faz uma Campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis, que são doados em cestas básicas aos pacientes atendidos na instituição.

Neste ano, convidamos você para participar desta bela Campanha, que certamente fará uma grande diferença no Natal dessas pessoas.

Contato: Renata Novaes

Fone: (91)8832-5051

URE Dr. Marcello Candia - Av: João Paulo II, s/n - Marituba - Fones: (91) 3256-0223 e 3256-0266

Período de arrecadação: até o dia 14/12/2010

Data da distribuição das cestas: 16/12 às 10 horas na URE Dr. Marcello Candia

Visite o endereço da Secretaria de Educação, que é nossa parceira neste ano: http://www.seduc.pa.gov.br

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CNBB e a hanseníase

Neste domingo, dia 10 de Outubro, todos os sacerdotes brasileiros, deverão na missa falar a respeito da hanseníase, inclusive no Círio de Nazaré em Belém do Pará. Tal iniciativa foi proposta pela CNBB- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil assustados diante do numero de casos no País. É sem duvida um grande passo. Precisamos de mais iniciativas assim, inclusive envolvendo outras instituições e credos religiosos.


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Pesquisa de sensibilidade em hanseníase

A sensibilidade normal depende da integridade dos nervos e das finas terminações nervosas que se encontram sob a pele, sendo fundamental para a preservação e para a função dos olhos, mãos e pés. Na presença de alterações sensitivas mínimas uma conduta oportuna pode reduzir os riscos de perda da sensibilidade protetora destas áreas do corpo.

As alterações de sensibilidade na hanseníase processam-se na seguinte ordem: a primeira sensibilidade a ser alterada é a térmica, depois a dolorosa e por fim a tátil. Por esse motivo é importante, para fins de prevenção, detectar precocemente essas lesões.

Para a realização da pesquisa de sensibilidade são necessárias algumas considerações:

Ø Explicar ao paciente o exame a ser realizado, certificando-se de sua compreensão para obter maior colaboração;

Ø Concentração do examinador e do paciente;

Ø Ocluir o campo visual do paciente;

Ø Selecionar, aleatoriamente, a seqüência de pontos a serem testados; tocar a pele, deixando tempo suficiente para o paciente responder. Repita o teste para confirmar os resultados de cada ponto;

Ø Na presença de calosidades, cicatrizes ou úlceras, realizar o teste em área próxima, dentro do mesmo território específico;

Lembrar: quando o paciente examinado apresentar ausência de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, esta lesão é chamada Anestésica (ausência total de sensibilidade) e, quando apresentar perda parcial da sensibilidade, isto é, preserva ainda alguma delas, este paciente apresenta uma lesão ou área hipoestésica.

Fonte: Ações de controle da Hanseníase na Atenção Básica- Manual de treinamento. SESPA, Belém, 2010.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Diagnóstico de hanseníase

O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico, tendo como base sinais e sintomas e a história epidemiológica do paciente (anamnese e exame clínico). Em se tratando de uma doença contagiosa, granulomatosa, de evolução insidiosa (lenta) e de grande potencial incapacitante, o diagnóstico precoce deve ser o primeiro objetivo das ações de controle da hanseníase. Na prática do dia a dia isso só é possível a partir das manifestações clínicas da doença. É importante ressaltar que o diagnóstico de hanseníase é essencialmente clínico, com base na anamnese (tempo de manifestação, ocorrência de casos na família e percepção de parestesias) e no exame clínico (dermatológico, neurológico e avaliação oftalmológica). Outras provas complementares são: exames de laboratório- baciloscopia e histopatologia; prova da histamina.
É hanseníase quando uma pessoa apresenta um ou mais dos seguintes sinais:
  • Lesão (ões) e/ou área (as) da pele com alteração de sensibilidade;
  • Acometimento de nervo (s) periféricos com ou sem espessamento neural associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.;
  • Baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico (BAAR).
Anamnese: Importa a sintomatologia neurológica e os sinais cutâneos, bem como a duração, localização e evolução das lesões existentes e a história epidemiológica, incluindo a procedência do doente e a fonte provável de infecção.
Exame clínico: As condições de iluminação e orientação do paciente são imprescindíveis para a valorização do resultado dos exames. O primeiro passo é a inspeção, para a identificação das áreas acometidas. Toda a superfície cutânea deve ser examinada. É importante lembrar que o paciente deve ser examinado como um todo, e levar em conta seu estado emocional. O exame clínico, para o diagnóstico da hanseníase, deve contar com o exame dermatológico e o exame neurológico.
Exame dermatológico: No exame objetivo da pele deve-se verificar a presença de lesões, sua localização, forma, numero, dimensões, configuração, confluência, contornos, limites, bordas, consistência. Quando se trata de hanseníase, as seguintes lesões podem ser encontradas, sempre associadas a distúrbios de sensibilidade cutânea.
  • Manchas hipocrômicas e/ou eritomatosas: alteração da cor, sem relevo na superfície da pele e os limites na maioria das vezes são imprecisos. À medida que as manchas evoluem pode ocorrer a diminuição da sudorese. A localização mais freqüente desse tipo de lesão cutânea é nas nádegas, tronco, membros e face.
  • Lesões com placa: são de tamanhos variados, bem limitados, com tendência à cura central, com bordas elevadas ou com formação de microtubérculos em alguns pontos. São, em geral pouco numerosas, assimétricas, anestésicas, anidróticas (não suam) e com rarefação de pelos (alopecia). Localizam-se em geral, no tronco, membros superiores e inferiores.
  • Lesões pré-foveolares: são lesões eritomatosas, planas com centro claro.
  • Lesões foveolares: (tipo queijo suiço): são placas eritomatosas, de tonalidade ferruginosa, infiltradas, com centro claro e deprimido, limites internos precisos e externos difusos.
  • Tubérculos: são elevações sólidas, circunscritas, de diâmetro maior que 0,5 cm e se formam na derme; sua cor é a de pele normal, podendo ser eritomatosas, acastanhadas ou amareladas, de consistência mais ou menos firme.
  • Nódulos: São formações sólidas, localizadas na hipoderme, sendo muitas vezes mais palpáveis do que visíveis. Os nódulos tem cor da pele normal, eritomatosos ou arroxeados, de consistência firme, elástica ou mole, de forma arrendondada ou oval e apresentam limites imprecisos.
  • Infiltração difusa: em alguns casos a pele pode ter aspecto liso e brilhante por aumento difuso da espessura da pele.
  • Outras manifestações: infiltração na face (faces leoninas), queda de cílios e supercílios (madarose), irite, obstrução nasal, rouquidão (ou voz fanhosa), orelhas em brinco, ginecomastia( aumento das mamas em homem), orquipididimite, edema de extremidades, febre, anorexia, ressecamento da pele, espessamento de nervos periféricos ou alterações de sensibilidade sem lesões cutâneas aparentes.
Exame neurológico: realiza-se a pesquisa nas lesões suspeitas, a palpação dos principais troncos nervosos periféricos e a verificação da integridade anatômica e avaliação motora das mãos, pés e face. Os nervosperiféricos que devem ser pesquisados são: ulnar, radial, mediano (MMSS), fibular e tibial posterior (MMII) e auricular ( no pescoço), porque são os mais comumente acometidos pela hanseníase. è importante ressaltar que, na face, deve ser investigada a possibilidade de acometimento do nervo facial e trigêmeo, principalmente se o paciente apresenta lesões hânsenicas na região periorbitária, porque o risco de desenvolver lagoftalmo (perder a capacidade de fechar os olhos, de piscar, por lesão do nervo facial) é alto por ocasião de estados reacionais principalmente. A maioria das deformidades e incapacidades que ocorrem na face é decorrente da ação direta do bacilo sobre as estrturas desta região, com exceção do lagoftalmo e da alteração de sensibilidade da córnea, que são decorrentes de lesão neural (nervos facial e trigêmeo respectivamente). O nariz é, também, uma estrtura na face que pode estar muito acometido na hanseníase, onde podemos encontrar hansenomas e infiltrações, quando o paciente tem a sensação de obstrução nasal, podendo ocorrer um aumento de secreção, que torna viscosa, com mau odor e aderente á mucosa, em forma de crostas, de onde podem advir as ulcerações e até perfurações da cartilagem septal (uma das causas de desabamento da pirâmide nasal).

Fonte: Ações de controle da hanseníase na Atenção Básica. Manual de treinamento. Secretaria de Estado de Saúde Publica-SESPA.Belém, 2010.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Como se transmite a hanseníase

A hanseníase não é uma doença hereditária. Ninguém nasce com hanseníase. O contágio se dá através da convivência de pessoa sadia com o doente contagiante que não está tomando remédio (PQT) portanto, sem tratamento. A grande maioria da população, tem resistência ao bacilo de hansen. Nesses casos, o bacilo entra no corpo, mas o organismo controla a infecção e a pessoa não adoece. Nas pessoas que não tem essa resistência a infecção se transforma em doença.
A hanseníase é transmitida pela respiração, através de gotículas eliminadas pelo ár pelo doente com forma contagiante e que não está em tratamento, quando espirra, tosse e fala.
Não se pega hanseníase bebendo no copo ou utilizando o mesmo talher do doente.
O contato com o doente sem tratamento em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência da luz solar, representa maior chance de outra pessoa ser infectada pelo bacilo da hanseníase.
Lembrando que: o bacilo tem uma reprodução lenta;
penetra pelas vias áereas respiratórias ( pelo nariz), percorre o organismo e se instala preferencialmente na pele e nos nervos periféricos.

Fonte:Manual de treinamento para Agentes Comunitários de Saúde (ACS), SESPA, 2006

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Algumas reflexões sobre a hanseníase no Pará


A hanseníase embora seja uma doença milenar mas adentra em pleno século XXI, alimentada em grande parte pelas condições sócio-econômicas desfavoráveis, por gestões descomprometidas e por um baixo desenvolvimento tecnológico para dar suporte ao diagnóstico e tratamento. As múltiplas questões que envolvem a pobreza, como as moradias insalubres, a falta de saneamento, as condições de higiene precárias, o processo de exclusão social, as dinâmicas populacionais propiciada pelas imigrações intensas desenham um quadro difícil para o controle da doença.

Em se tratando do Pará que dispõe de uma área de 1.247.702,7 km² e 7.431,041 habitantes, segunda maior região da Amazônia e com densidade demográfica de 5,59 hab/km² representando cerca de 20% da população da região, cuja maioria da população segundo o censo de 2000, 66,5% da população total reside em áreas urbanas (Cadernos de Saúde/DATASUS/MS, 2008).

No Pará, o modelo de desenvolvimento implantado na Região priorizou a ocupação desordenada do território com a exploração dos seus recursos naturais secundarizando as populações locais com suas culturas específicas, seus modos de interagir com o meio, suas crenças e, sobretudo com suas formas de produção e reprodução social. Dessa forma, foi estimulado o adensamento populacional em alguns núcleos urbanos da Amazônia, para subsidiar a implantação de projetos econômicos descontextualizados da vida local e sem trazer retorno social. Assim, muitos dos municípios paraenses não dispõem de infra-estrutura urbana adequada, como saneamento básico, habitação, saúde e educação.

O Estado do Pará tem atualmente 144 municípios que em sua maioria são de médio e pequeno porte, não conseguindo prover bens e serviços a sua população, dependendo dos repasses do FPM e ICMS além de outros convênios governamentais. Recentemente, o valor global dos programas de Transferência de renda e seguridade social tem propiciado movimentação econômica nos municípios, estimulando o comércio local.

O Estado que abriga uma biodiversidade incalculável e detém um potencial científico e econômico sem paralelo, situado no maior corredor de florestas protegidas do mundo, com mais de 717 mil km² (cerca de 71 milhões de hectares); tem 13,8% de sua população cadastradas no Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome- MDS como famílias com renda mensal de até meio salário mínimo em Julho de 2010! E olha que no Pará está a segunda maior mineradora do mundo e a maior produtora de minério de ferro do mundo. Assim, a questão da segurança alimentar no Estado é um desafio e que contraria a idéia de uma terra abundante e sem fome. Na verdade trata-se de um Estado rico e uma população pobre!

Tal grande quanto a sua diversidade ambiental está a desigualdade social, o Pará que “produz” está concentrado em 15 municípios que detém os maiores PIB´s do Estado, segundo a Secretaria de Orçamento e finanças- SEPOF. È um Estado de dimensões continentais cuja mobilidade social, o acesso ás informações, as condições geográficas, as condições histórico-culturais e econômicas são completamente distintas de região para região. A população paraense sobrevive do extrativismo vegetal como a madeira, o açaí, da pesca, da agricultura, sobretudo a familiar e do cargo publico, além dos programas de transferência de renda e seguridade social.

Mas, como região de expansão de fronteira agrícola, tem desde o período áureo da borracha alimentado o sonho de milhões de outros brasileiros que tem se deslocado para a região em busca de melhores condições de vida e oportunidades de trabalho. A migração é uma realidade no Estado e a cada novo Grande Projeto Econômico, uma leva de imigrantes desloca-se para o território paraense, competindo com os serviços de saúde, educação, pressionando por moradia, trabalho, lazer, etc...

A hanseníase é uma patologia que adentrou ao território Paraense desde meados do século XIX e desde então tem se constituído um problema de saúde pública. A hanseníase,é uma doença com baixa patogenicidade, mas alta infectividade, cuja transmissão tende a ocorrer a partir do contato contínuo e prolongado do indivíduo infectado com o indivíduo são, impõe-se ações que contemple também a coletividade. Importa assim, desenvolver estratégias que possam promover a saúde e o bem-estar das pessoas que mais diretamente estão sob o risco de contrair a patologia: os contatos. Que segundo o Ministério da Saúde, o foco deve ser o contato intradomiciliar, que é toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com o doente de hanseníase nos últimos cinco anos.

Segundo informações do Ministério da Saúde, em outubro de 2009, havia o registro de 4.032 estabelecimentos de saúde no Pará. Destes, 55,23% são estabelecimentos públicos, perfazendo 2.227. A iniciativa privada detém 55,23% do total, com 1760 estabelecimentos. Tais dados demonstram que é sobretudo o setor público o responsável por garantir a saúde no Estado do Pará, isso é mais verdadeiro no interior do Estado, já que a iniciativa privada tem se concentra-se na Região Metropolitana de Belém- RMB, com atuação reduzida no interior do Estado disponibilizando atendimentos em consultórios particulares, nas policlínicas e nas unidades de Diagnose e Terapia.

Doença crônica de evolução lenta e insidiosa com grande poder incapacitante tem avançado na região, a despeito da implantação do Programa de Controle da Hanseníase em praticamente toda a Atenção Básica do Estado e das capacitações técnicas para profissionais de saúde do SUS. Sabendo-se que a saúde no Pará depende quase na sua totalidade dos serviços publicos de saúde do Estado nas suas duas esferas administrativas, municipal e estadual. Sabendo-se que a maioria dos profissionais de saúde está desenvolvendo suas atividades em órgãos de saúde públicos. E mesmo que a cobertura de saúde não seja a ideal (segundo o Ministério da Saúde, em agosto de 2010 havia o registro de 915 Equipes de Estratégias Saúde da Família com a cobertura de 41,23% famílias e 13.752 ACS cuja cobertura populacional alcançava 6.074.320 famílias paraenses), mas diferentemente de outros Países, tem-se um sistema de saúde e uma rede de serviços implantado. Tem-se mapeado no Estado os municípios com maiores incidências e os municípios com maiores registros de menores de 15 anos e esse é um indicador grave e importante que demonstra o descontrole dos serviços de saúde sobre a doença.

Então, como compreender a dificuldade de controlar o avanço da doença no Pará? Me parece que um conjunto de fatores podem explicar essa dificuldade:

- As dinâmicas populações das imigrações facilitando a disseminação e o controle da doença

- O desconhecimento real da população residente no Estado, sobretudo nas áreas mais distantes e de difícil acesso

- As condições sócio-econômicas, insegurança alimentar e de saneamento ambiental;

- Dificuldade de acesso aos serviços de saúde tanto das populações dispersas ao longo do território como as localizadas nas periferias dos centros urbanos;

- O desconhecimento e estigma que envolve a doença;

- Baixa cobertura e efetividade da Atenção Básica no Estado;

- Programas de Saúde na Atenção Básica desarticulados;

- Numero reduzido de profissionais atuando nos municípios mais distantes do Estado;

- Pouco comprometimento dos profissionais de saúde;

- Gestões descomprometidas, incluindo gestores e gerentes;

- Predomínio da atenção curativista em detrimento de ações preventivas;

- Políticas sociais atuando de forma desarticulada como por exemplo, saúde, educação e assistência social, sobretudo esta última que trata de pessoas em vulnerabilidade social;

- Doença assintomática na fase inicial;

- Ter o diagnóstico clínico sem um suporte diagnóstico que não seja a acuidade visual do técnico de laboratório;

- Percepção e cuidados com o corpo recortada pelos contextos de gênero, situação sócio-econômica e cultural fazendo com que determinados grupos sociais não atentem para os sintomas iniciais da hanseníase.

Como pensar ações mais eficientes diante de um contexto sócio-econômico, cultural e ambiental tão diverso sobretudo por a hanseníase ser uma doença estigmatizante, fazendo com as pessoas acometidas pela hanseníase ocultem o fato da família, ocasionando, muitas das vezes a disseminação da doença?. Por outro lado, os serviços de saúde, ainda focados, no aspecto da assistência da saúde, em especial diagnóstico e tratamento, tem dificuldades em implementar ações voltadas a prevenção e promoção da saúde. Uma vez que saúde compreende-se não somente em seus aspectos físico-biológicos, mas as dimensões sócio-econômicas, políticas e culturais. E nessa discussão sobre os determinantes e condicionantes sociais deve ser enfatizada a questão da vulnerabilidade social. Algumas ações têm sido feitas outras tem sido pensadas, mas sem um esforço coletivo das instituições estatais, sociedade civil organizada e organizações comunitárias e religiosas, fica difícil em um Estado com dimensões continentais com realidades tão diferentes, sócio-econîomicas e de acesso, controlar o avanço da hanseníase.

Assim, me parece que faz-se urgente desenvolver ações que considere as dimensões individuais das crenças, dos valores, dos mitos e atitudes; as dimensões sócio-econômicas e culturais e as dimensões das práticas institucionalizadas da saúde como o aumento da oferta de serviços, melhorar o acesso e qualidade dos serviços, integração entre prevenção, promoção e assistência, aumentar o numero de profissionais qualificando-os para lidar as especificidades da doença e da região; articular com outras organizações estatais e não estatais. Portanto, é preciso trabalhar as interfaces entre informações com qualidade e consistência, formação de agentes e um serviço qualificado para responder as demandas geradas, além de termos gestores, que não vejam a questão da hanseníase como uma questão de pobres e que se dissemina como outras tantas entre os filhos dos pobres. Que estão sendo mutilados silenciosamente, incapacitados para o trabalho e se afastando da vida social, alimentando todo um estigma e preconceito.

É Preciso conhecer o tamanho do problema, para poder enfrentá-lo com coragem!

sábado, 11 de setembro de 2010

Hanseníase em menores de 15 anos.

Brasil reduz casos de hanseníase em menores de 15 anos

Em 2008, houve registro de 2.913 casos entre menores de 15 anos, o que correspondeu a um coeficiente de detecção de 5,89 por 100 mil habitantes dessa faixa etária. Em 2007, foram 3.048 registros entre menores de 15 anos, ou 6,07 por 100 mil. Comparado ao dado de 2006, a queda foi ainda maior. Naquele ano, 3.444 menores tiveram a doença, representando coeficiente de 6,22. Estes dados indicam uma redução significativa no coeficiente, da ordem de 25%, em um período de 5 anos.

Os casos novos em menores de 15 anos é um dos principais indicadores de monitoramento da endemia, porque permite detectar focos de transmissão ativa da doença.

“Este indicador é importante porque permite detectar portadores de hanseníase que estão transmitindo a doença na família e na vizinhança, silenciosamente. A tendência de queda no registro de casos novos nessa faixa etária é consistente e, mesmo com o aumento da rede de diagnóstico e tratamento, houve redução nesse indicador. Contudo, temos intensificado as parcerias e as ações de comunicação e educação, no sentido de manter o diagnóstico dos casos existentes. É importante que todas as pessoas com manchas brancas ou vermelhas ou áreas dormentes no corpo procurem os serviços de saúde”, afirma a coordenadora geral do PNCH, Maria Aparecida de Faria Grossi.

Fonte: SVS em rede - Edição 69 - janeiro de 2010

Disponível:
http://189.28.128.179:8080/svs_informa/edicao-69-janeiro-de-2010/brasil-reduz-casos-de-hanseniase-em-menores-de-15-anos

sábado, 28 de agosto de 2010

Movimento Social e voluntariado na luta contra a Hanseníase

O Movimento de Reitengração das Pessoas atingidas pela Hanseníase - MORHAN, atua para acabar com o preconceito e estimular o voluntariado.
Vale a pena conferir as informações no site do MORHAN.

www.morhan.org.br


TELEHANSEN
08000 26 2001

domingo, 15 de agosto de 2010

CENTROS ESPECIALIZADOS E SERVIÇOS NO PARÁ

ABRIGO JOÃO PAULO II
(91) 3256-2520
CIDADE DE MARITUBA

URE DR. DEMÉTRIO MEDRADO
(91) 3233-1479
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URE DR. MARCELLO CANDIA
(91) 3256-0223
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ure.mcandia@sespa.pa.gov.br

COORDENAÇÃO ESTADUAL DE DERMATOLOGIA SANITÁRIA
(91) 4006-4300
CIDADE DE BELÉM

sábado, 14 de agosto de 2010

O blog é mais uma das inúmeras iniciativas para mudar a realidade do nosso Estado do Pará na luta contra a hanseníase. Espero que ele possa contribuir para melhorar os nossos indicadores epidemiológicos e, principalmente, servir de ferramenta para fomentar a necessidade de nos apropriarmos de conhecimentos e formarmos uma rede de agentes multiplicadores em hanseníase.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O blog é antes de tudo um instrumento importante para encurtar as distancias entre profissionais de saúde, entre usuários, ou seja é um espaço de troca, de socialização do conhecimento. Pretendemos ser um canal importante para tirar duvidas, para nos ajudarmos mutuamente a combater essa doença, pois não é admissível que em pleno século XXI, pessoas continuem a adoecer de hanseníase e o que é pior, crianças e adolescentes. VAMOS A LUTA TRANSFORMAR ESSA VELHA REALIDADE!
Uma condição importante para o controle dessa doença é o diagnóstico precoce. Caso contrário continuaremos a ter um estado endêmico e pessoas no diagnóstico com grau de incapacidade já instalado.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Bem vindos!

Fazemos parte de um grupo que trabalha com Hanseníase no Pará e temos por objetivo divulgar e socializar conhecimento sobre Hanseníase.
Esse blog destina-se a profissionais de saúde, estudantes e a todos que se interessem e que queiram ter comprometimento na luta contra essa doença!